12 dezembro, 2007

A República Islâmica do Irão perante a Assembleia Geral da ONU

Comité: Conselho de Segurança
Tópico: Irão e a Questão Nuclear
País: República Islâmica do Irão
Faculdade: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas


I. Discurso de Abertura

Em nome da República Islâmica do Irão, enquanto membro fundador da Organização das Nações Unidas pela sua ratificação da Carta na Conferência de São Francisco de 1945, e país em direito de igualdades e circunstâncias com os restantes membros da Comunidade Internacional, entende que as negociações a decorrer nos próximos dias serão um marco histórico na negociação das nossas capacidades energéticas.

Conforme pretenderemos evidenciar, o Irão reitera as suas intenções benignas e puramente pacíficas do actual programa de investigação e desenvolvimento de tecnologia nuclear civil, programa esse devidamente assistido pelo funcionamento de um complexo industrial de alta tecnologia e assistido por know-how internacional, nomeadamente russo, chinês e americano.

Neste complexo industrial, os relatórios da Agência Internacional de Energia Atómica apenas apontaram reticências relativamente a três centrais, a de Bushehr, Natanz, e mais recentemente, a de Arak. Em nenhuma delas se procede ao enriquecimento de urânio nas concentrações necessárias para o fabrico de combustível para fins de desenvolvimento de armamento nuclear.
A problemática da nuclearização do Irão é, portanto, uma falsa questão, e a nossa delegação procurará por todos os meios possíveis assistir os diversos órgãos de autoridade sob a bandeira das Nações Unidas, de forma a esclarecer quaisquer mal entendimentos ainda existentes. Ainda nesta linha de pensamento reiteramos que não faz qualquer sentido o continuo fabrico de bombas nucleares além das já existentes e que mesmo essas deveriam ser objecto de desactivação para que possamos viver em segurança e num clima de estreita confiança e cooperação internacional
A República Islâmica do Irão não tem poupado esforços na denúncia de práticas discriminatórias em nosso prejuízo, apesar de nos encontrarmos em minoria. Não obstante as sucessivas resoluções emanadas do Conselho de Segurança (Resolução nº1696, resolução nº1737 e nº1747) que, ao longo dos últimos anos, têm imposto à nossa economia sérios entraves ao pleno desenvolvimento, continuamos a entender que será pela refutação inequívoca de todas as acusações contra nós dirigidas que o Irão será novamente visto pela comunidade internacional como um actor pacífico e cooperante. E é com essa missão que aqui me encontro.

Com efeito, as circunstâncias estão agora reunidas para a cooperação multilateral das partes envolvidas cujos resultados diplomáticos poderão ser extremamente bem sucedidos, não só contribuindo para o desanuviamento, como ainda para o desenvolvimento de estratégias de aproximação que permitam uma estabilidade e prosperidade internacionais a todos satisfatórias. Conforme o recente relatório da National Intelligence Estimate, do serviço de informação National Intelligence norte-americano, relatório esse apoiado em numerosas análises e investigações confidenciais, a República Islâmica do Irão reitera os argumentos anteriormente defendidos, no âmbito das Nações Unidas.

Ademais, a República Islâmica do Irão segue as prerrogativas consagradas na Carta das Nações Unidas, nomeadamente os seus Artigo 2º nº1 e nº2, Artigo 56º, e em maior estima pelo Preâmbulo, e reclama assim o seu direito à soberania política sobre o seu território perante ameaças, reais ou potenciais; o seu direito ao desenvolvimento autónomo e particular; atendendo a preceitos fundacionais das Nações Unidas; e à sua iniciativa em subscrever tratados internacionais de âmbito cooperativo e de estabilidade, nomeadamente o Tratado de Não-Proliferação.

Para concluir, é desejo da Republica Islâmica do Irão que o espírito de cooperação e harmonia assole a todos aqui presentes para que juntos possamos escrever mais uma histórica página na já longa vida desta Organização.

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