A maioria dos muçulmanos não é fundamentalista, e na sua maioria os fundamentalistas não são terroristas, mas os terroristas de hoje são na sua maior parte muçulmanos e identificam-se orgulhosamente como tal. De modo compreensível, os muçulmanos queixam-se de que os media falam dos movimentos e acções terroristas como “islâmicos” e perguntam porque razões não identificam eles, de modo semelhante, os terroristas e o terrorismo irlandês e basco como “cristãos”. A resposta é óbvia, eles não se designam como tal, A queixa dos muçulmanos é compreensível, mas deveria ser dirigida àqueles que fazem as noticias e não àqueles que as dão.
Actualmente há várias formas de extremismo muçulmano em curso. As mais conhecidas são o radicalismo subversivo da Al-Qaeda e de outros grupos semelhantes em todo o mundo muçulmano.
Todos os grupos extremistas santificam a sua acção através de referências religiosas aos textos islâmicos, e todos estes grupos afirmam representar um Islão mais puro, mais verdadeiro e mais autêntico. São, todavia, muito selectivos na escolha e interpretação dos textos sagrados, aceitando ou rejeitando textos sagrados conforme estes apoiam ou contrariam as suas posições dogmáticas e militantes. Alguns vão ao ponto de banir certos versículos corânicos dando-os como “anulados”.
Os terroristas modernos têm como objectivo principal o massacre de civis inocentes, inevitavelmente, a retaliação contra o terrorismo também tem civis como alvo, uma vez que estes elementos terroristas não usam uniformes que os identifiquem. A confusão de distinção que daí resulta é bastante útil aos terroristas e seus simpatizantes.
Graças ao grande desenvolvimento dos media, as mais recentes formas de terrorismo não são dirigidos a inimigos específicos e limitados, mas á opinião mundial. O objectivo passa pela obtenção de publicidade e instaura ração do medo.
Uma figura importante nas operações terroristas é a do terrorista suicida. Num certo sentido isto representa uma evolução. Os terroristas nacionalistas da década de 1960 e 70 tinham o cuidado de não morrerem juntamente com as suas vítimas.
O novo tipo de missão suicida parece ter tido como pioneiras organizações como o Hezbollah e o Hamas que a partir de 1982 executaram algumas dessas missões no Líbano e em Israel Os candidatos para estas missões eram, com excepções ocasionais, do sexo masculino, jovens e pobres. Era-lhes oferecida uma dupla recompensa: as delícias do Paraíso e remunerações para as suas famílias. Uma inovação notável foi a utilização de mulheres como bombistas suicidas. (pelos terroristas curdo na Turquia em 1996 e 99, e pelos palestinianos a partir de Janeiro de 2002).O que resulta numa crescente dificuldade no estabelecimento do perfil do “novo” Kamikase.
O novo terrorista suicida morre ás suas próprias mãos. Isto levanta uma questão importante dos ensinamentos islâmicos. Os livros de direito islâmicos são muito claros acerca do tema do suicídio. É um pecado grave e punido com um castigo eterno.
O Profeta disse; Aquele que se matar com uma lâmina será atormentado com essa lâmina no fogo do Inferno (…) Aquele que beber veneno e se matar, levará esse veneno na sua mão e bebê-lo-á no Inferno para todo o sempre (…) Aquele que se matar, seja de maneira for, será que atormentado dessa mesma maneira no Inferno.
Conclui-se então que a indiferença para com a morte de pessoas resultantes de ataques terroristas, não encontra justificação na doutrina ou no direito islâmico.
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