18 novembro, 2007

A Influência dos Estados Unidos no Médio Oriente

Os sucessivos governos norte-americanos sempre tiveram e continuam a ter a esperança de dominar a região do Médio Oriente. No entanto, esse domínio tem vindo a ser desafiado pelas políticas externas de outros actores como a Rússia e a China.
Estes dois países encaram esta região como uma mais vaia para o seu crescimento tanto económico como armamentista. Ambos se têm esforçado através de sucessivos acordos económicos por trazer esta região para as suas esferas de influência devido ao seu enorme potencial energético (gás e crude) e proximidade geográfica.


Com a invasão do Iraque em 2003 e a consequente deposição de Saddam Hussein, os EUA despertaram a rivalidade entre xiitas e sunitas que Saddam vinha conseguindo controlar. Este despertar não ocorreu apenas no Iraque mas em todo o Médio Oriente, e o já considerável sentimento anti-americano ficou ainda mais forte. A ideia de fazer do Iraque um país democrático gerou nesta região um sentimento de que democracia é sinónimo de colapso da ordem política.

O Iraque, tradicionalmente um centro de poder no mundo árabe, tornou-se com a invasão norte-americana um país cada vez mais violento e dividido. Um excelente exemplo de um estado falhado.

Esta é sem dúvida uma região de contrastes e de extrema importância para as grandes potências, uma vez que as principais reservas de petróleo se encontram por lá.

O cenário é cada vez mais hostil para com os EUA.
O Irão insiste no desenvolvimento do seu programa nuclear e será dentro de pouco tempo um dos mais poderosos países do Médio Oriente, ao mesmo tempo que tem uma influência cada vez maior sobre a maioria xiita, cerca de 60%, no Iraque. Este país apoia ainda vários grupos terroristas que insistem em expulsar os americanos da região.

Israel é a maior potência militar e é vista pelos restantes países da região como um inimigo dada a sua enorme ligação com EUA, e a sua prepotência para com o povo palestiniano.

O petróleo é cada vez mais utilizado como uma arma contra o Ocidente. Os países produtores de petróleo do Médio Oriente, desprovidos de capacidade política e militar para fazer frente ao ocidente, utilizam o único recurso de que dispõem, o crude, fazendo oscilar cada vez mais e de forma crescente o seu preço. Só desta forma conseguem alguma da sua tão desejada visibilidade internacional.

Um outro problema que os EUA enfrentam é a crescente vontade que Ahmadinejad, presidente iraniano, nutre em negociar a venda do petróleo iraniano em euros e não em dólares. Desta forma enfraqueceria o dólar americano, ao mesmo tempo que arrastaria outros países da OPEP, como a Venezuela, a seguirem o seu exemplo, desestabilizando desta forma a economia americana e todo o mercado económico mundial.
A vida para os norte-americanos não se encontra nada fácil. O crescente sentimento anti-americano, a existência de mais um país na região com armamento nuclear (além do Paquistão e Israel), o fracasso no Iraque, dificuldades no processo de Paz entre Israel e a Palestina, proliferação de ataques terroristas, etc. Tudo isso contribui para o crescente clima de instabilidade e violência na região. Além disto, há que relembrar o papel da China e da Rússia, nesta região.

China e Rússia encetam cada vez mais esforços no sentido de afastar os EUA desta região, uma vez que esta é, tendo em conta a proximidade geográfica, uma zona de influência sino-russa e não americana.

Visto que está comprometido o fracasso do uso da força nesta região, a diplomacia apresenta-se então como a melhor via na estabilização do Médio Oriente. No entanto, o caminho a percorrer é penoso e longo, e talvez um pouco tardio.

Escrito por: Joana Junqueira & Tiago Maurício

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