Nacionalistas
Os nacionalistas são, na sua grande maioria, um produto da colonização. Passo a explicar, em países sob domínio colonial, os valores islâmicos tradicionais acabaram por se submeterem aos ocidentais, gerando-se entre os países da Um´ma um grande sentimento nacionalista, proclamando valores de liberdade e autonomia.
Poder-se-á afirmar que na generalidade dos actuais países muçulmanos, foram de extrema importância os espíritos nacionalistas islâmicos que sempre pugnaram pela independência das respectivas colónias.
Algumas Personalidades Proeminentes
Mustafa Kemal (1881 – 1938)
Curioso o facto de Kemal significar “Perfeição”, uma característica que sempre acompanhou esta figura que ficou conhecida com “ o pai dos turcos”, Ataturk, uma designação atribuída pela Assembleia Nacional Turca em 1934, este que foi o fundador e primeiro Presidente da República da Turquia.
Após o cumprimento do ensino secundário numa escola militar, entra para a Academia Militar de Monastir, em 1985, onde se graduou como Tenente, sendo de seguida enviado para Damasco como capitão.
A partir de 1908, dedica-se exclusivamente à carreira militar participando em guerras, como a Turco-Ittaliana de 1911 – 1912 e depois na Segunda Guerra dos Balcãs em 1913.
Em 1917 emergiu como líder do Nacionalismo Turco, opondo-se radicalmente à ingerência alemã nos assuntos internos turcos.
Em 1919, e na sequência da invasão da Esmina pelos gregos, procurou estender a toda a Anatólia o espírito do movimento nacionalista. Na época, as relações entre a Anatólia e o governo do Sultão tinham-se quebrado.
Em 1920, foi eleito presidente da Nova Grande Assembleia Nacional, organizou o Exército e expulsou os gregos da Esmina, ao mesmo tempo que força os Aliados à assinatura da Paz de Lausanne. Estabeleceu a República da Turquia e tornou-se o seu Presidente em 1923.
Apesar da democracia formal se ter estabelecido, Kemal era um ditador, contudo, moderado.
Kemal era um nacionalista turco militante, determinado a criar um estado turco homogéneo. Por acordo com o governo grego, uma grande parte da minoria grega foi trocada pelos turcos da Grécia. Os Curdos não foram perseguidos, mas Kemal insistia que eles eram, na realidade, apenas uma variedade de turcos e a sua língua e cultura foram desencorajadas.
O legado mais duradouro de Kemal foi a sua campanha pela secularização e a ocidentalização que impôs a uma nação turca por vezes relutante. O Califado (a posição de liderança nominal na fé islâmica, detida pelos Sultões Otomanos), foi abolido. O título de Paxá foi abolido, de modo que Kemal voltou a ser simplesmente Mustafa Kemal. As escolas teológicas foram fechadas, as leis da shari`a foram substituídas por um código de lei baseado no da Suíça. O código penal italiano e o código comercial alemão foram também adoptados.
Em 1931, a ideologia oficial do regime, Kemalismo foi promulgada pelo Partido Republicano do Povo (no poder), fundado e controlado por Kemal.
Os seus seis princípios eram o republicanismo, o nacionalismo, o populismo, o estadismo, o secularismo e o revolucionismo. Estes princípios vagos tornaram-se num invólucro cada vez mais precário do domínio pessoal de Kemal e durante os anos 30 do século XX, a oposição ao seu governo cresceu e organizou-se melhor. A oposição foi, no entanto, moderada, em parte pelo receio da União Soviética e Alemanha Nazi.
Mustafa Kemal morreu em 1938, e toda a Nação turca chorou este facto, vendo nele o seu libertador e renovador, restaurando aos turcos o orgulho da sua condição. Aliás, Kemal é igualmente reconhecido pela completa remodelação do Império Otomano que herdou, não esquecendo o substrato religioso da sua população e os preceitos da comunidade internacional da sua época. Transformandou-o num modelo sociável e de convivência e prosperidade entre dois mundos, o Islão e o Ocidente.
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